é sempre a mesma imagem; a tua, saindo nua dos rios do Outono, o corpo envolto em vapor, coberto de chuva, gotas azuis e cinzentas desprendem-se de ti, quando falas folhas caem e desintegram-se. é sempre a imagem dos teus seios, cheio da violência de plantas marinhas que vibram quando tocadas; peixes acasalam por debaixo de ti; o teu corpo azul, a tua sombra seguindo-o, ambos como espectros vistos de esplanadas distantes por um público assustado. a mesma imagem, mas agora um lago cercado por fetos, e, meio visíveis por entre a neblina, mil amantes seguindo-te nus sem deixar rasto nas esquinas da madrugada. Brian Patten, trad. João Ferreira Duarte