Os noticiários da manhã abriram com essa imagem fabulosa: dois poetas construíam um edifício. Não era um edifício abstracto. Não era o utópico edifício do coração das obras. Era um edifício verdadeiro: alicerces, paredes, telhado; pedra, tijolos, cimento. Em vez do exercício habitual de poetas procurando destruir os edifícios todos da cidade, um a um, disparando canhões de pólen, estes dois poetas erguiam um edifício verdadeiro, concreto, tangível. E isto é de uma humanidade comovente. E isto chego a pensar que quase merecia um poema. José Carlos Barros