Realeza Uma bela manhã, num povo de gente adorável, um homem e uma mulher soberbos gritavam na praça pública: «Amigos, quero que ela seja rainha!» « Quero ser rainha!» Ela ria e tremia. Ele falava de revelação, de prova terminada. Desfaleciam nos braços um do outro. E efectivamente foram reis, por toda uma manhã, quando os véus carminados se ergueram sobre as casas, e por toda uma tarde, para os lados dos jardins de palmeiras. Jean-Arthur Rimbaud, trad. Mário Cesariny