O rio escurecia e depois aclarava e depois escurecia. As árvores gravitavam nas margens da tua memória, faziam correr estilos de morte e promessa. As personagens do inscrevível seriam afinal mais monstruosas do que se suspeitara, e os insectos emudeciam enquanto o outono regurgitava as suas vítimas. E tu, tu? E tu fazias abolir o sentido para fazer eclodir de novo o novo sentido. E tu procuravas entre despojos um aro de bicicleta partido, um casaco com bolsos que dessem para o improvável, um qualquer outro achado preso à cega geometria e à circunstância do procurar. Luís Quintais