Deita-te, és horizontal. Levanta-te, já não és. Queria que o meu destino fosse humano. Como um perfume que não escolhe para onde se propaga, que não pode ser direito ou torto, excluído ou guardado. Sim, Não, Ou — um dia, uma vida, escapa-se por entre eles, retirando a terceira pele, retirando a quarta. E a lógica dos sapatos torna-se por fim simples, uma pergunta animal, a arrastar os pés. Sapatos velhos, estradas velhas — as perguntas não param de se renovar. Como dois números negativos multiplicados pela chuva que dão laranjas e azeitonas. Jane Hirshfield, trad. Vasco Gato