Garanto-te que o dia pode ser claro (suspeito que sim, questão de vontade); Asseguro-te, como certo, que muitas aves virão cercar-te a saia (penso que sim, para lá da vontade); Prometo-te os astros, e algumas neblinas. E ofereço-te um tinto, da melhor colheita que tiver em casa (será uma bojuda garrafa de setecentos e cinquenta mililitros, se a beberes comigo é colheita excepcionale encontra-se outra); Prometo-te dizer mal de quase todos os políticos, gestores de empresas, Empreendedores, chapeleiros, futebolistas, parvos e brejeiros (procurando não beliscar, entre esses, aqueles que preferes); Asseguro-te um gelado um refresco um passeio na manhã fria, (para daqui a bocadinho, após preguiça). Garanto-te que o arrependimento e a decepção só acontecem daqui a quinhentos anos. Prometo que não canto no banho (e que o tomarei de vez em quando). Prometo festins pouco vegetarianos, alguma gula e música de razoável bom gosto (alguns arranjos descomunais, intraduzíveis). Comprometo-me desde já a ser banal umas quantas vezes e a gostar sempre (muito) das tuas olheiras e cansaços: Prometo que não te quero largar antes de te arranjares. E olha: quando for às compras trago-te uma maçã; Redonda, riscadinha. (esse, o meu melhor argumento). Rui A.