Os segredos fugazes ainda cá estão e regressou a claridade. A palavra lembrar toca-me a mão, Mas sacudo-a e fico a ver o acumular dos urubus que rodopiam No céu obstruído. Os pequenos nomes precipitam-se todos, sobrecarregados com o que é invisível, Mas ninguém os pronunciará, ninguém lhes alisará o cabelo desgrenhado. Não há muito tempo, de qualquer modo. Não há muito já de que falar ao esvaziar-se o ano. Não há muito a acrescentar. Fatigados da viagem, cor-de-dezembro, aglomeram-se como anjos sem encanto Onde quer que apareça uma coisa, Flagrante e não dita, indizível Charles Wright, trad. Vasco Gato