espero que me calhe aquela fava que é costume meter no bolo-rei: quer dizer que o comi, que o partilhei no natal com quem mais o partilhava numa ordem das coisas cuja lei de afectos e memória em nós se grava nalgum lugar da alma e que destrava tanta coisa sumida que, bem sei, pela sua presença cristaliza saudade e alegria em sons e brilhos, sabores, cores, luzes, estribilhos... e até por quem nos falta então se irisa na mais pobre semente a intensa dança de tempo adulto e tempo de criança. Vasco Graça Moura