Imagina que te falava de uns olhos da cor das laranjas; Imagina que te contava das estradas dos becos, das profundezas amarelas de todas as primaveras (daquelas que saberia contar entre as que houvesse) Imagina que vinham lírios, Pessoas, e gente espantada de olhar o que não pode ser dito Imagina que para além do delírio havia uma maçã riscada, uma pêra rocha, e uma fruta abecedária (com pólen e abelhas, a esperar por ti). Imagina que a trincavas Imagina que era de sim o dia e de sim a noite Imagina uns olhos a cores, para lá do poema e do vinho. imagina um menino fino, a subir-te a espinha Imagina que chegas, imagina que ficas. Imagina que faz algum sentido estar para lá de aqui Cinco minutos, nem tanto, depois de acordar Rui A.