Toda a noite sonhando com um corpo que o espaço verga de outro modo que o meu Fazemos amor na rua o trânsito corre para longe de nós arrepiando como um lençol o asfalto agita-se com ternura não há qualquer apreensão movemo-nos em conjunto como plantas subaquáticas Uma e outra vez, começando a despertar Mergulho de costas para te descobrir sussurrando ainda, toca-me, continuamos fluindo através desse lento oceano da floresta de luzes da cidade agitando a capilosidade do corpo. Mas isto é o que se diz em sonhos despertando gostaria que houvesse um espaço real em que nos pudéssemos situar passando-nos os binóculos olhando para a terra, a lenha onde começou a racha. Adrienne Rich, trad. Margarida Vale de Gato