Sei como são belas as flores e os caminhos dos sete anos; sei como são boas de ler, as aventuras de corsários e damas em perigo, passar a revolução industrial pelos dedos de David Copperfield, aprender como um bem a verticalidade de muitos derrotados - sobretudo honras francesas e russas, comparecendo ainda alguns índios, Miguel Strogoff e (talvez cortesia do Estado Novo) gente sulista com pele de algodão e nobreza antiga, do tempo das cruzadas. Havia também um homem entalado no meio da porta de Lisboa, D. Nuno Álvares Pereira, sempre a cavalo, e a queda de Miguel de Vasconcelos. Não havia revoluções falhadas, e sempre que um herói tinha de morrer tinha salvo a parte boa do palácio e todos os arredores. Os invejosos eram todos feios ou sê-lo-iam um dia; Algumas das tiranas eram bastante excitantes, verdade seja dita (lembro que havia uma pequena culpa interna), antes de perderem corpo e graça, em favor da púdica e virtuosa menina, que seria princesa, rainha e mãe de muitos filhos. Os amores eram todos possíveis e únicos, eternos e breves; E não havia distância ou diferença de idade que pudesse vir a impedir a filha mais velha dos von Trapp de se apaixonar (perdidamente) por mim. Confunde-se várias vezes a loucura dos sete anos com uma imaginação fértil (o garoto é um criativo); Aos cinquenta e tal (sobretudo se não desaprendemos tudo o que sabemos), a coisa é mais o inverso Não vejo sítio onde poise esta casa As the crow flies, baby, well, I ain't so far from you Rui A.