Ouço-te, vagarosa sombra. Na rua fulminada de crianças ou na escarpa censurada pela testa do mar. Onde quer que haja palpitação, tu és o contorno. O teu pudor desenha-nos. Na mão que estendes, qualquer fogo se faz esmola. Compreendes por isso que tudo te recuse. Mesmo o que dilacera. O coração, a leve morfina das noites. Vasco Gato