Há meses que o caderno permanece em branco
graças à luz que fazes cair
à minha volta. De nada me serve
a caneta, a qual jaz
langorosamente sem aflições.

Não há nada melhor do que viver
uma vida sem histórias que dispense
a escrita para ter sentido:
quando eu desaparecer, que digam
que se perdeu um homem feliz,
embora ninguém possa dizer como fui feliz.

Ha Jin, versão de Vasco Gato