Esse último continente
Ainda por descobrir.

A minha mão vai sonhando, construindo
O seu navio. Por equipagem levará
Uma trouxa de ossos, por sustento
Uma garrafa de cerveja cheia de sangue.

Conhece a aragem que sopra para norte.
Com a aragem vinda do ocidente
Singrará para oriente todas as noites.

O aroma do teu corpo enquanto dorme
São as aves terrestres avistadas no mar.

O meu toque segue no mastro mais alto.
Grita às quatro da manhã
Para que se acenda uma lanterna
Na orla do mundo.

Charles Simic, trad. Vasco Gato