Era uma beleza nova, uma beleza que, quando apareceu, ninguém deu conta. Era uma beleza serena, uma beleza como uma brisa leve numa tarde quente. Numa tarde quente com uma luz muito suave que invadia os lugares: tornava-os possíveis. Era uma beleza nova, como uma brisa leve, foi quando ela perguntou: "sentiste a brisa que correu agora?". E a brisa parecia ter ficado, mas eu nada respondi. Era uma brisa leve, serena. Só os mais atentos a sentiram, os mais atentos como quem quer dizer, os que estavam disponíveis para ela. Era uma beleza nova, uma beleza discreta e madura. Era como uma beleza aberta, como li um dia naquela tarde. Era uma beleza para os outros, uma beleza que ficava. E a verdadeira beleza é assim, não é? Diziam.

Rui Esteves