uma mulher quase nova
com um vestido quase branco
numa tarde quase clara
com os olhos quase secos
vem e quase estende os dedos
ao sonho quase possível
quase fresca se liberta
do desespero quase morto
quase harmónica corrida
enche o espaço quase alegre
de cabelos quase soltos
transparente quase solta
o riso quase bastante
quase músculo florido
deste instante quase novo
quase vivo quase agora
Mário Dionísio
Quase
Publicado em 22 de Agosto de 2016