Eu hoje queria falar de amor,
de velas a iluminar o azul poente;
Enfim, de coisas assim meio insensatas
a cair dispersas nos teus ombros,
no teu colo.
No erotismo calmo de quem não conta o tempo.

Queria falar de como as lâminas
se apagam, incandescentes,
num olhar calado e nu por dentro,
a celebrar a festa.

Queria falar de tudo isso e mais uns trocos
(lá está o sarcasmo, tão habituado às nossas bocas),
a afastar o vento.

Inventamos a vida
com tremenda competência, e
há nisto qualquer coisa de belo
(uma pequena parte,
não sejamos excessivamente nobres).

O destino é este:
o lugar onde chegamos.

E é urgente
Partir.

Rui A.