Entrei na selva
dos relógios.
Frondes de tiquetaque,
cachos de sinos
e, sob a hora múltipla,
constelações de pêndulos.
Os lírios negros
das horas mortas,
os lírios negros
das horas meninas.
Tudo igual!
E o ouro do amor?
Há uma hora apenas.
Uma hora apenas!
A hora fria!
Federico García Lorca, trad. Vasco Gato
Selva dos relógios
Publicado em 24 de Outubro de 2016