Vamos supor que pode haver uma ternura inédita,
acreditar que há dias novos no sempre
e após as vésperas.
Vamos supor que é fácil falar de amor e lutas,
que ir longe nem sempre é longe demais.
Vamos supor que o próximo não faz o longe,
por muito que não usemos de escadas e barcos
e saibamos escolher a opção mais certa.
Entendes-me tão bem:
não te quero um frio que moleste,
um calor que arrefeça.
É teu, este reino, vamos supor
que não destruímos o mar.
Que a paz esteja contigo, sempre.
Insuportável, não te inquietar.
Sir Thomas Berard
Dizer do mar
Publicado em 20 de Janeiro de 2017