O chão é algo contra o qual temos de lutar.
Embora pareça uma simples base para a postura
humana, é para lá que os homens caem.
Não estou tonto. Ergo-me como uma torre, um farol;
do meu rosto flui o raio claro da minha senciência.

Porém, entontecendo, estatelo-me no chão;
o rosto embate no chão, a atenção fica a sangrar
entre as fissuras do chão.

Caro lugar horizontal, não almejo ser tapete.
Não puxes pela complicada cabeça, esta titubeante
lâmpada de pavor e sonho...

Russell Edson, trad. Vasco Gato