Regressamos àquilo que regressa. Os nossos fantasmas
avançam por ruas que recentemente habitaram.
Encontramo-los em parques e cafés,
em restaurantes onde outrora os vislumbrámos a comer
e de onde olham agora para nos ver passar,
reconhecendo um quê de si mesmos.

Porém, quem é quem deixa-os confusos,
e levantam-se, deslumbrados, das cadeiras
e dirigem-se para a rua na esperança de nos seguirem
até a uma casa à qual possam pertencer.

Ardem-nos as pálpebras.
Pressentimos a vertigem de que sofrem.
Sofremos com eles. Desatamos a rir em momentos
esquisitos. Depois acordamos e levantamo-nos.

George Szirtes, trad. Vasco Gato