Às vezes, quando a viagem vai longa
e já falámos o suficiente e já ouvimos
música suficiente e já parámos duas vezes,
uma para comer, outra para ver a vista,
calhamos num certo ritmo de silêncio.
Que fica a balouçar entre nós, de cá para lá,
como uma corda sobre um lago.
Talvez seja o que não dizemos
aquilo que nos salva.

Dorianne Laux, trad. Vasco Gato