Levada a casa, esquecimento adentro,
a conversa de circunstância dos nossos
olhos vagarosos.

Levada a casa, sílaba a sílaba, dispersa
pelo dado cego aos dias, para o qual
a jogadora mão se estende, grande,
ao despertar.

E o excesso da minha fala:
depositado no pequeno
cristal com as vestes do teu silêncio.

Paul Celan, trad. Vasco Gato