Guardavas dos lugares
um sentido improvável. Tudo era
mais verdadeiro por
repentinamente
se assemelhar a um regresso.
Enquanto avançávamos
o mundo vinha ao nosso encontro
e, nisso, sucediam-se as
formas de
murmurarmos um ao outro.
Cada viagem era
a troca de um braço,
a reposição de uma linha
no rosto. Cada um para o outro
era o cenário propício,
deixa arrancada aos poços da solidão.
O próprio espaço
era um diálogo nosso.
E era tarde. E havia luzes.
E via-se que não podia ser
de outra forma.
Vasco Gato
Pai
Publicado em 30 de Maio de 2017