De um e outro lado do que sou, 
da luz e da obscuridade, 
do ouro e do pó, 
ouço pedirem-me que escolha; 
e deixe para trás a inquietação, 
a dor, 
um peso de não sei que ansiedade.

Mas levo comigo tudo 
o que recuso. Sinto 
colar-se-me às costas 
um resto de noite; 
e não sei voltar-me 
para a frente, onde 
amanhece.

Nuno Júdice