Na noite, ao longe, minha janela se inclina.
Sobre os telhados, as nuvens, ramos de flor fina;
a brisa me afaga, bondosa e delicada.
Eu, porém, mantenho as mãos fechadas, pois estou cansada
e escuto, admirada, alados sons de passos,
das pessoas, na rua, a passar. Seus braços
e pés parecem tão leves. Somente eu
me deito, em meu grande cansaço acamada.
Às vezes ouço o som de um passo como o teu,
e então, amado, como a música dos passos, leve fico eu,
como as nuvens sobre os telhados - ramo de flor prateada.

Maria Luise Weissmann, trad. Gabriel Rübinger-Betti