Quando pela manhã
a luz na cidade
de sombras paradas
com os seus jeitos
de curvas & elegância
cai sob o céu
a tua serenidade
e um modo simples de dizer
não estamos sós
nos corações desabitados
ao longe & ao perto
o rio e o mar
e o teu nome discreto
no voo das aves
lá fora partem os navios
diante dos olhos
dos velhos marinheiros
& dos amantes
e nas esplanadas dos cafés
restam apenas memórias
de viagens sempre adiadas
os comboios também partirão
velozes nos carris da imaginação
e ao longe & ao perto
o rio e o mar
a quem só resta ir com as aves
para noutra manhã regressar

Rui Esteves