Os malefícios podem sempre acontecer,
e nem sempre estamos devidamente preparados
(ao que se sabe, não veio daí notável prejuízo à evolução das ciências físico-químicas).
Por vezes também acontecem coisas realmente boas,
e esse é um facto que nem sempre é fácil de aceitar.
Recorrendo a sabedorias vitais,
na tradução de Aveloso, aldeia do Montemuro,
a vida é uma luta constante.
Perante tanta infâmia que nos assiste aos noticiários
(desde bandidos espancados a banqueiros incomodados, o espectro é pouco largo),
quase esquecia a história de Joaquim,
que não é dos tempos da peste negra mas quase.
Limalhas da história desse senhor:
Descalço (migalha na percentagem),
sem saber ler (e escrevendo, note-se, com alguma dificuldade),
não se apresentava fácil a superação do estado inerente às coisas:
No caso, a falta de dote
(Amália encantava-se dele, mas os pais eram um problema).
Tragicamente, casaram, tiveram catorze filhos e houve alguns episódios
menos dignos
(era então o século dezasseis, o das maiores descobertas de Portugal).
Posteriormente, já passadas algumas lutas entre liberais e absolutistas
(algumas ferozes e para outro capítulo),
faz sentido lembrar diferente episódio da nossa história comum:
O dia em que foi assassinado Manuel Cabeças,
(nascido por volta de mil oitocentos e trinta e sete),
por questão de hortas.
Não houve polémica, mas alguns infelizes.
No dizer das coisas, há a ciência há o resto.
Rui A.
Valha o que valha
Publicado em 6 de Maio de 2020