O sangue matinal das framboesas
escolhe a brancura do linho para amar.


A manhã cheia de brilhos e doçura
debruça o rosto puro na maçã.


Na laranja o sol e a lua
dormem de mãos dadas.


Cada bago de uva sabe de cor
o nome dos dias todos do verão.


Nas romãs eu amo
o repouso no coração do lume.

Eugénio de Andrade