Outro se faz em ventos
redemoinhos e calmas brisas
alisam a terra em que a poeira
deixa rastros: outro altera
a direção e o percurso
aplaude o percorrido em ofertas
de bons dias: outro se faz ingênua
loucura e espantalhos falam
de ouvidos anteriores: antes havia
o tempo disponível ao encontro
das línguas atravessadas em beijos.
Outro desfaz os nós e desenrola
a corda amarrada ao cadáver.
Após o tempo a hora se perpetua.
Outro retribui o gesto acondicionando
láureas vencidas no ódio estremecido
ao ganhador do ócio: outro esquece.

Pedro Du Bois