Há tempos de ser pequeno, meu querido:
A galinha espantada e inacreditável, a fugir pelas silvas,
pescoço desmantado.
As caricas, os patins de quatro rodas,
sonhos de feliz casamento aos seis anos,
com a noiva do Sandokan;
Conhecer as letras, saber o trabalho,
dormir.

E olhar as formigas, com curiosidade
(por vezes cruel),
ter medo dos sustos, muitos,
não mais que isso.
Brincar com vontade.

E há tempos de ser pequeno.
Desses não falo, que importam cento e dezassete letras de revolta?

Rui A.