Poldra da Trácia, por que razão
me olhas de soslaio e teimosamente
foges de mim? Será que pensas
que eu não sei nada de jeito?
Fica sabendo que lindamente
eu te poria o freio;
e com as rédeas nas mãos
te faria virar no poste da corrida.
Mas agora pastas nas pradarias,
toda folgazã com teus coices levianos,
já que te falta o cavaleiro experiente
para te montar.

Anacreonte, trad. Frederico Lourenço