Escrever com o dia claro soa a estranho e contrário
a quase todas as estatísticas que conheço
(sendo isto o mínimo que me soe dizer).
Mas a escrita e as ciências sociais não são exactamente
A mesma coisa.

Escrever com o sol radiante é um direito inalienável e difícil,
tal como o é a recusa de toda e qualquer transparência.
Mas o poeta não se conforma, sequer com o bom tempo
(sendo esse um mistério que de bom grado troco
por um prato de mar e caracóis).

Escrever sem exaltações toleradas ou proibidas
é algo que escapa à maior parte dos poetas não profissionais
(sendo esse detalhe resolúvel, com maior ou menor dificuldade,
para qualquer especialista em bebidas ou afins).

É certo que é mais fácil escrever nos dias complicados
(isto, não sendo trovador ou criança mágica),
e há quem os tenha nos vários pianos do mundo.

Penso que compreendo, e até aceito.

Mas escreve-me, porra!
nem que seja para falares de ti.

Rui A.