Dizem que as palavras amargas são
(de longe e ao perto)
as mais inteligentes, meritórias e dignas
de qualquer sacrifício,
da grande bondade de estar por cá
(haja a quem agradeça).

Dizem que as palavras amargas
são sinal de alguma inteligência e valores altos,
na reacção às notícias do mundo.

Calha dizer, Olívia, que sem palavras amargas
(ou mesmo alguma amargura)
não somos merecedores de coisa alguma
(em bom).

Mas um beijo é um beijo é um beijo é um beijo.

Para lá de fomes e milhafres, salvaguardada a empatia
e o que nos une, o direito à vida e a mais que a vida
(desculpa, querida, não ter regado as flores),
um beijo é precisamente o que quero dar.

Com toda a amargura do mundo.

Com amor.

Sim, eu sei, a terra é lenta.

Rui A.