Dizem que as palavras amargas são
(de longe e ao perto)
as mais inteligentes, meritórias e dignas
de qualquer sacrifício,
da grande bondade de estar por cá
(haja a quem agradeça).
Dizem que as palavras amargas
são sinal de alguma inteligência e valores altos,
na reacção às notícias do mundo.
Calha dizer, Olívia, que sem palavras amargas
(ou mesmo alguma amargura)
não somos merecedores de coisa alguma
(em bom).
Mas um beijo é um beijo é um beijo é um beijo.
Para lá de fomes e milhafres, salvaguardada a empatia
e o que nos une, o direito à vida e a mais que a vida
(desculpa, querida, não ter regado as flores),
um beijo é precisamente o que quero dar.
Com toda a amargura do mundo.
Com amor.
Sim, eu sei, a terra é lenta.
Rui A.
A terra é muito muito vagarosa
Publicado em 20 de Maio de 2021