A natureza finita da vida humana é um poderoso vector da forma como vivemos as nossas vidas. Na literatura da psicologia, talvez tenha sido Otto Rank, discípulo de Freud, que o enfatizou pela primeira vez. E também o antropólogo Ernest Becker, que escreveu um livro [The Denial of Death, 1973] que teve uma influência profunda em mim: diz que o desejo humano de negar a nossa própria natureza finita e a mortalidade enforma, molda e influencia muito do que fazemos com o escasso tempo que temos neste planeta.
Para mim, é profundamente interessante quando reconhecemos que não é apenas a vida humana que é finita, não é apenas a vida na Terra que é finita, mas é a vida e a mente, em qualquer lugar do cosmos, que terá uma janela finita de existência. De facto, todas as estruturas no Universo -- estrelas, planetas, galáxias, buracos negros -- têm um fim. É interessante como o reconhecimento da nossa própria mortalidade reflecte uma verdade maior: o universo é mortal, finito. Ter essa perspectiva cósmica abre possibilidades profundas de mudar a maneira como vemos o nosso lugar no cosmos.

Brian Greene