Não vou a tempo, sabes, de saber.
Saio tão cedo que não cheiro a flor.
Não vou a tempo já de amanhecer
e de saltar à vista a toda a cor.
O que faltou faltou, e me faltou.
Nem contas há que faça ou que me façam.
No fui - agora tal e qual igual ao sou -
tu e o resto restam, porém passam.
E limiar não há. Ou há sem que
mudança seja nó a esclarecer.
Não corro, corre a brisa que vem de
onde não sei. Ou vento. Ou a mulher
que és não és. Ou condição sem se.
Não vou a tempo, sabes, de saber.

Pedro Tamen