É muito incrível como o cinema nos permite inventar quadros e decidir o que mostrar e não mostrar. E essa junção entre o que o ser humano não sabe mas inventa e a ideia de que quando se passa pela perda de alguém a vida continua mas nós ficamos num sítio, mulheres e homens estátua, paramos, uma parte de nós morre, e esse luto não é só a morte de uma pessoa exterior é também a morte do nosso interior. A ideia do tableau vivant é uma ideia muito interior, de nos sentirmos fora de tempo. Acho que estas são as chaves da experiência do luto, da perda.

Catarina Vasconcelos