Não sou alguém com sucesso no mundo do cinema, mas continuo a pensar que é um bom exercício para os romancistas, principalmente porque ninguém no cinema leva a escrita muito a sério. A linguagem não é importante; o actor que não gostar das palavras irá dizê-las de outra maneira; o realizador se não gostar das frases corta-as; se o produtor achar que uma cena é supérflua vai editá-la ou transformá-la ou eliminá-la. Ninguém se preocupa com a escrita, e é bastante salutar para um romancista, para quem a linguagem é tudo, enfrentar essa noção de que não é assim tanto importante para os outros. Ajuda a não nos darmos tanta importância. Não faz mal de vez em quando ser alertado para o facto de a linguagem não ser a coisa mais importante.

Damon Galgut