Um gato, em casa sozinho, sobe
à janela para que, da rua, o
vejam.

O sol bate nos vidros e
aquece o gato que, imóvel,
parece um objecto.

Fica assim para que o
invejem -- indiferente
mesmo que o chamem.

Por não sei que privilégio,
os gatos conhecem
a eternidade.
   
Nuno Júdice