Sou a respiração que segue os teus passos
no invisível passeio do amor. De um e outro lado
erguem-se canteiros de flores furtivas
como os teus olhos abertos na surpresa
de um instante. Então, acompanho
o movimento das tuas mãos no piano
do corpo, tocando a silenciosa música
que morre como a onda, e como a onda
renasce num gesto em que os cabelos
se soltam como ave inquieta.
Nuno Júdice