como se estivessem a delinear os seus contornos
uma e outra vez
assegurando-se da sua posição, como se
nada mais houvesse do que a sua posição
a serenidade com a qual se juntam as cores
dentro de riscas, ângulos, quadrados inclinados
sem profundidade,
como uma coisa temporária
verniz, que arrancas com uma unha
a imagem que temos um do outro,
sem perceber porquê.
Anja Kampmann, trad. Carina Goulart