Não são vozes celestiais, que de longe
para dentro falam-nos. São vozes estimadas.
Vozes de dentro, vozes distantes, vozes que dizem
um caminho que ninguém sabe onde vai.
Há vozes que são faróis de uma travessa escura;
como há as que são rumores de distâncias.
Há vozes que nos fazem ser de palavras.
Vozes caladas, vozes ausentes, vozes silêncios…
A poesia são vozes convertidas em sons
que dizem de onde vimos, onde vamos,
e quem somos.

Josep Piera, trad. Celeste Araújo