Hoje não estive em Florença.

Teria sido magnífico, o momento de te encontrar
(parto, naturalmente, do princípio de que me reconhecias, com agrado e sem
surpresa;
e isso seria um ideal: dizeres que estava escrito nos astros e me esperavas, tu que
sempre foste tão terrena nos gostos e análises).

Faz tempo que não sei onde paras e onde te moves,
e Florença seria, provavelmente, bom sítio para te rever;
podíamos escolher mercados e evitar museus,
com altivez
(Apesar de tudo, não duvido que seja melhor lugar que Celorico, onde devíamos ter ido e ser
felizes,
quando os lugares não importavam e quase sempre atrapalhavam).

Como sabes, tenho a mania dos minutos perfeitos.

Duvido que existas, é certo.

Tão certo como achar lamentável
não ter ido a Florença, onde talvez estivesses.

A evitar lugares.

Rui A.