Num campo
eu sou a ausência
de campo.
É sempre
este o caso.
Onde quer
que vá
sou aquilo que falta.
Quando caminho
aparto o ar
e sempre
o ar move-se
de forma a preencher o espaço
onde o meu corpo esteve.
Todos temos motivos
para nos movermos.
Eu avanço
para manter as coisas inteiras

Mark Strand, trad. Bruno M. Silva