Evitar a citação, seguindo o conselho dos sábios, não deve no entanto tornar-se uma exigência absoluta ou dogmática. Citamos por vezes também para nos libertarmos da solidão, para nos sentirmos acompanhados, em caminhos incertos, por uma voz próxima e reconfortante. Tanto mais que somos tantas vezes demasiado solitários em tais percursos, <<entre aqueles que se agitam e se extasiam com qualquer coisa, no torpor opiáceo dos seus preconceitos >>, aos quais desejaríamos <<uma outra Veneza, real, lúcida, quebradiça como o vidro, intentada no nada das florestas imersas, criada à força, e enfim chegada a este grau de existência>>.
Predrag Matvejevitch, trad. Antonio Sabler