Era o seu destino, a sua peculiaridade, quisesse ou não, dar assim numa ponta de terra que o mar está lentamente tragando, e ficar ali de pé, como uma desolada ave marinha, só. Era a sua capacidade, o seu dom, livrar-se repentinamente de todas as superfluidades, encolher e diminuir ao ponto de parecer mais despojado e se sentir mais leve, até fisicamente, sem, no entanto, perder nada de sua intensidade mental, e ficar, assim, de pé, em seu pequeno promontório, às voltas com a escuridão da ignorância humana, com o fato de como sabemos pouco.

Virginia Woolf