Crescerão campainhas sob as grandes árvores
E tu e eu estaremos lá em Maio;
Por algum motivo ambos teremos de adiar
A noite em Dunshaughlin –para agradar
Uma qualquer imaginária relação,
E então ambos iremos caminhar naquela plantação.

Estaremos interessados na erva,
Num velho balde de nora, na hera que tece
Uma incongruente verdura entre folhas mortas,
Deixaremos em espanto as carroças que passarem –
Olhando por vezes de soslaio as campainhas na plantação
Evitando assustá-las com bravia exclamação.

Seremos prudentes, não deixaremos perceberem
Que estamos a observá-las ou farão uma pose
De mera fachada como rapazes
Apanhados na naturalidade da virtude.
Não vamos impor às campainhas na plantação
Muita da nossa desejosa adulação.

Teremos outros amores – ou isso irão pensar;
Os narcisos ou os fetos ou as sarças,
Ou mesmo os desmaiados arames enferrujados,
Ou as violetas no bronzeado talude de azedas-bravas.
Além de todos, só as campainhas na plantação
Terão significado para a nossa negra contemplação.

Aprenderemos o amor a pouco e pouco, olhar a olhar.
Ah, o barro debaixo destas raízes é tão castanho!
Roubaremos o Paraíso enquanto Deus estiver na cidade –
Apanhei um anjo a sorrir fortuitamente
À espreita através dos troncos das árvores na plantação
Enquanto tu e eu caminhávamos lentamente para a estação.

Patrick Kavanagh