Caros etruscos, queridos checos,
cheguei hoje, finalmente (pouco passava das quatro),
à verdade da coisa.

Não me entusiasma:
O poema magnífico
(o tal que desde sempre e algures esperei),
não vai chegar.

A Laurinda bem tinha avisado:

Saibam-se os mistérios, revelem-se as impertinências
(ou seja, as vergonhas, nos parâmetros da engenharia pessoal),
as esquinas, as linhas, as adagas
da fome em que somos todos quase quase iguais

Alguns seremos valentes, espectaculares,
e quase todos um pouco certos
(por mais e apesar do que convenha).

É possível ser poema,
sem palavras?

Rui A.