A casa hoje por abrir. O sol entra a jorros pelas janelas
 e aquece o tampo da secretária
 que é sólida capaz de carregar com o destino dos outros.
 Andamos hoje ao ar livre pela longa e larga encosta.
 Há quem se vista de negro. Se ficares ao sol e fechares os olhos
 vais sentir o vento a levar-te lentamente.
 É raríssimo vir até junto ao mar. Vim agora
 entre enormes pedras com um lado tranquilo.
 Pedras que passo a passo recuam para fora do mar.
Tomas Tranströmer, trad. José Eduardo Reis