além de fornalhas, a noite também pode
ser um cadeirão onde repouso,
revolvendo na boca os caroços do tempo
como rebuçados de mentol,
sentado de perfil contra a luz fria
que vem pela janela, comparável
a um peixe que, sequestrado num charco,
espera libertar-se assim que venham
águas novas de Novembro.
A. M. Pires Cabral